...porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho. Hb 12.6
Não é muito popular, mas, é verdade: o Deus da Bíblia castiga sim. Por mais que escandalize ou contrarie parte da igreja moderna, o autor de Hebreus ressalta que Deus é capaz de açoitar os próprios filhos para o seu próprio bem. Açoite nos remete a dor. Logo, nem toda dor vem do diabo, mas, até quando este é a origem, ela poderá colaborar para o nosso bem sob a soberania do Eterno. Apesar disso, não é incomum surgir a pergunta: por que o cristão sofre?
Ela vem da fragilidade do ser humano e até mesmo de seu orgulho. No fundo, no fundo, ela traduz o pensamento: por que logo comigo? Prega-se tanta mudança de sorte, tanta palavra de vitória, que a impressão de "vou me dar bem" é o arroto de uma carnalidade alimentada! Chega a ser um escândalo o que diz Salomão em Eclesiastes 9.2. Aprende-se um evangelho que mais parece apólice de seguro: cobertura total em caso de sinistro [e quando "o seguro não cobre"... ah, Deus se esqueceu de mim e etc.].
Em contrapartida, faz pensar quando se ouve relatos de pessoas que superaram a perda de um filho e agora são envolvidas numa ong de ajuda a vítimas da violência. Pessoas que - mesmo não sendo cristãs - tiveram a força de vontade para após uma enfermidade grave mudar seus hábitos de vida e valorizá-la muito mais! Ainda que não tenham o Espírito Santo, um fruto pacífico de justiça [Hb 12.11] foi produzido porque existe uma graça comum e, afinal, todos [cristãos e não cristãos] estão submetidos à disciplina [Hb 12.8].
Como escrevi na postagem Soberania Divina e Sua Importância Vital é necessário, aliás, é a única coisa a ser feita no dia da adversidade, abraçar a dor. Quando ela é rejeitada é que se pergunta aonde está Deus. Pois, saiba que Ele está ali, na dor que você rejeitou. Só resta abraçá-la e ser envolvido pela manifestação das doces consolações do Santo Espírito. Não há meio de conhecê-las sem precisar delas um dia. Então, não banque o super-crente e nem seja um ufanista como se esta hora nunca fosse chegar.
Se você leu a postagem acima, viu o meu relato sobre a perda de uma amiga dos tempos de escola. Ela e toda a sua família é de formação católica e bastante evolvida na paróquia em que congrega. Na missa de 7º dia, ouvi da mãe dela [que já tinha perdido o marido e o filho mais velho] enquanto me abraçava: para quem iremos nós se só o Senhor tem palavras de vida eterna? Ah, meu filho, eu sei que não cai uma folha de uma árvore que Deus não saiba...
Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento. Eclesiastes 9.2.
Permaneçamos firmes!
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