Eu não sei o que lhe trouxe aqui no blog Pregação dos Loucos, mas, definitivamente muito mais pessoas têm nos achado por causa do post Se Música do Mundo é Pecado, Por Que Filme Secular Não é? A indagação delas nada a tem a ver com os filmes e sim com a música. Digitam no Google "crente pode ouvir música do mundo?", "porque música do mundo é pecado?", "sermão sobre música secular" e coisas do gênero. Como um aficcionado da História Antiga, permita-me compartilhar algo com você.
"Para assegurar uma defesa duradoura, igrejas e abadias passaram a recrutar os próprios cavaleiros, que formavam as milites ecclesiae no sul e no norte da França. O próprio papa, a partir do século XI, para proteger seus domínios, dispunha da Milícia de São Pedro... O bispo lhes remetia preces e bênçãos, a bandeira do santo padroeiro da igreja que eles iriam defender com suas armas. Assim foi criada a bênção da espada, benedictio ensis. Assim, a função privilegiada de proteção das igrejas passava dos reis aos procuradores e seus guerreiros... os cavaleiros foram incitados a deixar a cavalaria do século (leiga), que levava à morte, para se tornarem "cavaleiros de Cristo" e obter a vida eterna".[1]
Já na Idade Média, por uma questão de conveniência, a igreja levantou a fronteira entre o secular e o espiritual (dentro da cavalaria), pois, isto lhe favoreceria. Seguindo esta linha de raciocínio, você acredita mesmo encontrar a resposta que tanto deseja perguntando a homens que lucram com a venda de cds de música gospel? Na lojinha dos templos vende-se que tipo de cd? Numa rádio evangélica promove-se que tipo de cantor? Ora, as leis do mercado também servem como balisadores do discurso, ou não?
Engraçado era a convenção: não dá para ouvir louvores durante a relação sexual com o cônjuge. Daí, a música do mundo - mesmo condenável - era permitida, pois, de estilo romântico nada teria que contrariasse a Bíblia [pecadinho - segundo a visão deles - tolerável, sabe cumé? Tipo glutonaria...]. Mas, voltando as leis de mercado, a maior gravadora gospel do país o que fez? Lançou uma série com seus artistas ministrando apenas música romântica [o que não recrimino] e abocanhou a fatia que faltava.
Pronto. Agora, a música secular é secular mesmo porque a música romântica gospel é romântica, mas, é gospel [sabe cumé?]. Só que a gravadora prefere não comentar sobre seus cantores que declaradamente se inspiram e curtem músicos não evangélicos. Inclusive sua banda mais famosa que meses atrás gravou uma versão do U2 para uma rádio secular... =O . Ontem, benedictio ensis; hoje, uma espécie de benedictio canticum (benção da música)?
Seja como for, prezador leitor, se Jesus é o caminho, a verdade e a vida, logo, a verdade também é um caminho. Já deu o primeiro passo? Então, explore-o. Você tem o Espírito Santo. Percorra-o. Você não precisa de homens e suas bengalas para isso.
Permaneçamos firmes!
Notas:
[1] Revista História Viva - Especial Cavaleiros, nº 26, Ediouro Gráfica, p. 15.
Gravura: Sua Santidade Urbano II (1088-1099) benze um guerreiro durante a convocação da Primeira Cruzada, em 1095. Iluminura do Século XV, autor desconhecido.
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Aquela velha história... "Faça o que digo e ñ o que faço"!!!
ResponderExcluirMatou a pau! E isso dá pano pra manga...pq na real, a arte num todo foi satanizada, e isso começou lá atrás com Tertuliano.
ResponderExcluirEstilo musical gospel é apenas mais um método de manter o povo alienado e dentro da bolha eclesiástica, tornando assim, o sal preso dentro do saleiro.
Firmes!
Salve, hermanos!
ResponderExcluirNão sei se acreditam em Teoria da Conspiração, mas, ouvi de uma lenda da música evangélica o porquê do louvor congregacional ser do jeito que é. No mínimo, espantoso.
Dentro de mais alguns dias...
Aguardem!
Estou ansioso para ouvir esse post novo prometido!
ResponderExcluirIaê Diogo! Tenho tentado contato com a fonte, mas, sem sucesso. De qq maneira vai ao ar, mesmo que sem citar nomes.
ResponderExcluirPermaneçamos firmes!