Palestra de encerramento da 27ª Conferência da Editora Fiel para pastores e líderes [2011].
Tive o privilégio de estar com John Piper na Conferência da Fiel em Águas de Lindóia e depois no Mackenzie, onde ele falou na sexta à noite e no sábado pela manhã. Algumas coisas me impressionaram, como o recorde absoluto de audiência, tanto da Conferência Fiel, quanto dos eventos que costumeiramente são feitos no Mackenzie. Aqui destaco o papel crescente da internet e das mídias sociais (Facebook, Twitter, YouTube e outros). Houve muito mais gente assistindo as conferências ao vivo pela internet do que nos auditórios do Hotel Majestic e do Mackenzie. Durante as palestras, e depois delas, havia intensa troca de comentários e impressões nas mídias sociais por parte dos que estavam nos auditórios ou assistindo pela internet, o que leva à formação de uma comunidade cada vez maior reunida em torno, não do Piper, mas do que ele representa.
E este é o gancho para minha segunda observação. Os fatos acima descritos simplesmente confirmam o que vem sendo dito, inclusive por mídias não-cristãs, de que o Calvinismo passa por uma ressurgência, um avivamento, por assim dizer, que tem atingido especialmente os Estados Unidos e o Sul-Global -- nome que tem sido dado à cristandade nas regiões da África, China e Brasil. Mas, não se trata daquela caricatura de calvinismo explorada pelos contrários - gente sisuda, fechada nas quatro paredes de seus templos, cantando salmos ao som de órgãos de tubo, de paletó e gravata e pregando a predestinação para o inferno. Este calvinismo que ressurge, e que tem sido chamado de vários nomes, fala da alegria em Deus, quer estar presente e influenciar a cultura moderna, utiliza o que ela tem de melhor a oferecer para a glória de Deus - a julgar pelo alto emprego de tecnologia que marca os eventos - sem, em momento algum, abandonar os pontos característicos da Reforma: Sola Scriptura, Sola Fide, Sola Gratia, Solus Christus e Soli Deo Gloria. Além, é claro, dos famosos cinco pontos do Calvinismo: depravação total, eleição incondicional, expiação limitada (ou eficaz), graça irresistível e perseverança final dos santos.
O interesse pela fé reformada tem crescido tanto a ponto de romper as barreiras denominacionais, trazendo para o mesmo ambiente de estudo, adoração e louvor batistas, presbiterianos, independentes, comunidades, pentecostais, anglicanos e outros que partilham do mesmo entusiasmo pelas antigas doutrinas da graça. Isto ficou muito claro em Águas de Lindóia e no Mackenzie.
O interesse pela fé reformada tem crescido tanto a ponto de romper as barreiras denominacionais, trazendo para o mesmo ambiente de estudo, adoração e louvor batistas, presbiterianos, independentes, comunidades, pentecostais, anglicanos e outros que partilham do mesmo entusiasmo pelas antigas doutrinas da graça. Isto ficou muito claro em Águas de Lindóia e no Mackenzie.
A terceira observação é que a maioria dos que estavam presentes na Fiel e no Mackenzie é composta de jovens. Acredito que a mesma coisa se poderia dizer dos que seguiram tudo pela internet. Para mim, este é um indicador extraordinário de que Deus está de fato tendo misericórdia de nós e nos dando uma sobrevida de pelo menos mais uma geração, enquanto que em outros lugares, onde um dia a fé reformada floresceu, apenas anciãos ocupam poucos lugares em enormes catedrais vazias.
Meu último comentário é que Piper pregou o tempo todo, na Fiel e no Mackenzie, num dos pontos principais do Calvinismo, sem levantar as sobrancelhas dos que detestam os calvinistas. Refiro-me à principal ênfase de Calvino, em suas Institutas e seus comentários, que é a glória de Deus como supremo bem do homem, ponto este capturado no slogan da Reforma, Soli Deo Gloria. Ao fazer isto, Piper mostrou que o calvinismo nada mais é que uma tentativa de honrar e pregar a mensagem central da Palavra de Deus, como Calvino tão apropriadamente nos mostrou. Não me lembro de ter ouvido Piper citar Calvino ou os puritanos, mas ele estava pregando calvinismo puro o tempo todo.
A Deus, portanto, toda glória.
A Deus, portanto, toda glória.
Fonte: O Tempora! O Mores!,
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Fiquei extremamente feliz com este post. Ele ratifica aquilo que já afirmamos há algum tempo, aqui no blog:
ResponderExcluir1)as redes sociais servem à nobreza e ao resgate do Evangelho do Reino;
2)jovens são a principal mão-de-obra neste ministério virtual;
3)é inimaginável um avivamento que despreza a teologia dos Reformadores, já que ela é pautada na elucidação do Evangelho do Reino;
4)sim, este avivamento silencioso está acontecendo por detrás das telas dos computadores. Sinal de que não há necessidade de uma nova reforma protestante, pois, a Teologia Reformada está deixando a poeira das prateleiras de bibliotecas para trás e impregando os hds à fora...
5)os equívocos presentes nada são ante o mover do ES que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo, bem como de sua eleição incondicional e Graça Irresistível;
6)toda revelação das Sagradas Escrituras não deve servir ao deleite da arrogância humana, mas sim, aumentar nossa piedade para aqueles que ainda não a alcançaram!
É por isso que nesta Conferência houve tanta diversidade. Parece que estamos aprendendo a ser mais tolerantes com as diferenças. A derribada de muros e construção de pontes gera diálogo. O diálogo gera reflexão. A reflexão, o arrependimento e mudança.
Permaneçamos firmes!
"Não me lembro de ter ouvido Piper citar Calvino ou os puritanos, mas ele estava pregando calvinismo puro o tempo todo."
ResponderExcluirO autor foi infeliz nessa parte, já que Piper pregou o evangelho o tempo todo e não o calvinismo. Se Piper tivesse pregado calvinismo ou arminianismo full time, ele teria perdido o foco.
Contudo, é bom que haja realmente o interesse dos jovens pelo evangelho genuíno, importando pouco qual ferramenta (teologia) que Deus usará para levantar esse homens.
Abraços man!
Sim, eu creio que o autor teve essa intenção na frase em destaque, pois, nenhuma bandeira além de Cristo fora levantada. O contrário disto foi feito ao longo dos anos resultando dentre outros males no rompimento quase que total das igrejas neopentecostais com a Teologia Sistemática.
ResponderExcluirQuando se ensina o conceito sem se apontar o nome da teoria, dá-se vazão para que o ES possa elucidar os ouvintes e não a visão "x", "y" ou "z" [lógico que o conceito deve estar puramente fundamentado na Bíblia Sagrada].
Permaneçamos firmes!