"Se pelo nome de Cristo sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus" 1Pe 4.14
Seria o sofrimento diferente em modalidade, mas, sempre o mesmo na sua essência ou poderia haver alguma diferença qualitativa? Isto, pois, o texto acima tanto quanto outros do Novo Testamento traz um elemento complementar à condição de sofrimento. Geralmente, este termo enfatiza que a causa da adversidade, uma vez sendo a fé em Cristo, é motivo de gozo, satisfação e participação concreta na obra salvífica de Jesus Cristo.
Ora, é possível concluir que se pelo nome de Cristo sois injuriados, bem-aventurados sois, logo, se por qualquer outro motivo sois injuriados, bem-aventurados não sois. Parece meio "filosofês", mas, a espiritualidade do sofrer e seu proveito vêm nos textos bíblicos sempre grifados pela relação com a fé em Cristo Jesus. Isto põe a igreja ocidental num patamar muito aquém daquele para o qual Timóteo é convidado por Paulo - o sofrer as aflições do Evangelho.
Sofrer um assalto à mão armada, sofrer uma enfermidade, sofrer uma desilusão amorosa, sofrer uma traição, sofrer uma demissão, sofrer uma crise no casamento, sofrer uma decepção, sofrer de inveja alheia, sofrer uma crise financeira... não parece ser este tipo de coisa que permite o privilégio de ter as lágrimas enxugadas pelo próprio Deus. Pois, são coisas inerentes à existência humana, coisas corriqueiras. Imagine o Eterno do Seu alto e sublime trono se ocupando com as confusões diárias de cada cristão?
Talvez você pondere que na condição de pai, Deus faz isso sim, porque se importa com os mínimos detalhes de nossa vida. É verdade, eu creio, mas, o tom não é esse. O que surge desta meditação (entenda isso, este não é um texto conclusivo e gostaria muito de sua participação para entendermos mais de Deus) é que os evangélicos que habitam em território onde há liberdade religiosa, sempre ficarão à margem do âmago do Evangelho genuíno: o sofrer por Cristo.
Ao olhar para os testemunhos dos missionários transculturais e da Igreja Perseguida, é fácil identificar a diferença entre o sofrimento carnal e o sofrimento espiritual. Não, eu não menosprezo a afronta do seu chefe ou dos seus pais logo após a sua conversão! Mas, acredite, eles logo se acostumarão; sério! Enquanto isso, do outro lado do meridiano... torturas, trabalho escravo, assassinatos. O mal entendido sobre o sofrimento espiritual fica mais latente no valor das ofertas levantadas para missões.
Desta forma, pode ser que eu e você tenhamos nos enganado achando que estávamos no "estreito", estávamos na "prova" porque éramos os bem-aventurados cumpridores das obrigações cristãs. Não mesmo. Estávamos apenas vivenciando nossa existência natural e nada mais, sem nenhum reflexo para a eternidade. Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos conceda, nem que seja por um breve instante, o sofrer por Cristo como diz aquela letra do Oficina G3: "não nos deixe viver nesta Terra sem escrever a Tua história, Senhor!".
Permaneçamos firmes!
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Olá!
ResponderExcluirQue grata surpresa encontrar seu blog. Teor altamente subversivo! Já estou seguindo.
Aproveito para lhe convidar a conhecer o meu blog, e se desejar retribuir, seguindo-o, ficarei muito honrado.
www.hermesfernandes.com
Juntos pela subversão reinista!