O rapaz de azul é evangélico
Ao que parece a derrota da seleção brasileira, na última sexta-feira, trouxe mais prejuízos do que se poderia imaginar, pelo menos para a imagem dos evangélicos. Eu gosto muito de futebol e acompanhei a repercussão por diferentes veículos de comunicação. Ouvi e li coisas do tipo "o problema foi que misturaram futebol com religião", "o problema é que tinha muito irmão no time"... Será mesmo?
Após o fiasco de 2006, houve uma busca por um modelo mais rígido que pudesse inibir o comportamento libertino de certos jogadores. Desta forma, as perspectivas para o êxito na copa da África eram muito maiores, pois, agora sim, tínhamos um time com jogadores comprometidos, bem comportamentos e de maioria evangélica. Tudo isso, não foi suficiente para evitar mais um papelão da seleção canarinho. Pior do que a derrota, foi a má impressão em relação aos evangélicos. Esta repulsa tem mesmo razão de ser?
O apóstolo Paulo diz em 2Co 2.14-16 que somos o bom perfume de Cristo para Deus. A presença de Jesus em nós agrada ao Senhor e atrai as pessoas que constatarão a diferença. Quem usa perfume não precisa dizer que está perfumado! As pessoas ao redor sentem a diferença e aí esteve (e está) o maior erro de alguns evangélicos. Do que adianta escrever na chuteira que se pertence a Jesus, quando se mais precisa você não chama a responsabilidade para si? Do que adianta ser incapaz de exortar o seu irmão e chamar-lhe atenção quando ele está errado e prejudicando o grupo? Do que adianta ser omisso e não ter pulso firme em momentos decisivos? Reclamar das críticas quando a Bíblia alerta para o fato de que a quem muito é dado muito é cobrado? Bater num filho para se atingir o pai? Ira-se, pecar e não reconhecer que pecou?
O mundo está cansado! Cansado de irmãos que adesivam seus carros com dizeres bíblicos e estacionam em local proibido. Que preenchem seus perfis de orkut, msn, com frases evangélicas como se isso fosse "pregar o evangelho a toda a criatura". Não recrimino nem digo que é errado, somente quero que pensemos se é o suficiente. Se é desta maneira que as pessoas serão impactadas pelo poder de Deus. Sendo alguns de nós verdadeiros "ets" que só sabem falar de igreja e se aproximam das pessoas apenas para convidá-las para um culto. Você já reparou que é um hábito o "aparece lá na igreja qualquer dia desses, faz uma visita...". Louvo a Deus por todos os evangelistas que devem fazer o que tem que ser feito, inclusive insistir no convite, mas, que tudo seja feito no espírito a fim de que não surta efeito contrário. Ao invés de atração, crie repulsa. Ao invés de serviço, um desserviço.
Kaká sempre foi a grande referência deste grupo. Ele estava para esta copa como Ronaldinho Gaúcho estava para a de 2006. Não correspondeu em todos os sentidos! Inseguro, nervoso e omisso. Perguntado sobre seu problema de coluna, desviou o foco da pergunta alegando perseguição religiosa por parte do pai do repórter (sendo que um dos comentários sobre a fé de Kaká fora feito no programa do Jô, julho de 2009). Por que justamente agora ele resolvia se pronunciar? Você pode até discordar e achar que não posso julgar o irmão. É um direito que lhe cabe. Eu, particularmente, não gosto de almofadinhas, independentemente da religião deles. É só isso. Não o conheço como presbítero e muito menos congrego em sua denominação. Fato comprovado pelo médico da seleção é que ele jogou com 85% de sua capacidade física. Então porque se dizia nas entrevistas que ele estava bem? A diferença de comportamento veio de um não-evangélico, o goleiro Júlio César, que não apenas chorou, mas assumiu o seu erro, assumiu a sua culpa.
É como eu já escrevi num artigo passado... algumas vezes... Cássia Eller tinha razão:
Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento
Palavras pequenas
Palavras, momento
Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento...
Palavras, palavras
Palavras ao vento...
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Olá, irmão!
ResponderExcluirExcelente análise, fiz questão de recomendá-la e linká-la no texto do meu blog sobre o Jorginho na seleção.
Graça e paz!
Abraço!