RJ - trem urbano utilizado por milhares de crentes todos os dias, cuja remuneração segue as variações do salário-mínimo.
Na madrugada da 5ª feira, dia 17/02/2011, foi aprovado na Câmara dos Deputados o aumento do salário mínimo para R$545,00. Pode não parecer, mas, este valor é justificável através de uma série de cálculos que consideram variáveis como o IGP (Índice Geral de Preços), INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), entre outros. Se justo ou não, aí já é outra discussão. Por outro lado, partindo da premissa da coerência econômica e contábil, quais são os critérios para se estipular o salário de um pastor e seus reajustes?
A defesa de alguns se pauta em "o trabalhador é digno de seu salário". Vê-se em Lc 10.7, uma provisão não mais do que o suficiente e em 1Tm 5.17, Paulo enfatiza que os trabalhadores deveriam ser os que "se afadigam na palavra e no ensino". Daí, fato é que atualmente o cargo pastoral não significa árduo labor - em boa parte das denominações. Isto serviria como um bom critério para que o seu salário fosse tão diminuto quanto o rol de atividades exercidas. Anigamente, o ministro de congregação era um cerimonialista responsável por realizar não somente os casamentos, mas, velórios, visitas aos enfermos, batismos, fora o ensino, a pregação e o aconselhamento.
É mentira que está ocorrendo uma terceirização disfarçada de delegação de funções? Pessoas que nem fazem parte do presbitério estão responsáveis por discipular, aconselhar, visitar, cuidar, evangelizar... e seguindo a lógica do trabalhador-salário, então, todos deveriam ganhar uma "farpela". Ora, há pastores que são vistos no púlpito pregando (aquela palavrinha chá-com-pão-dormido) e contando sobre suas viagens ao exterior nas quais pregaram e receberam uma "oferta de amor". Adotando o critério dedicação para os reajustes não seria razoável que o maior salário da igreja fosse pago aos missionários transculturais da janela 10-40? Por que o salário mínimo só serve de parâmetro para estes?
Vamos ceder por um momento... e encarar como necessidade o pastor principal ser remunerado. A questão não é pouco delicada e piora quando o mesmo ainda é o fundador da denominação. No mínimo, um conflito de interesses! É lícito querer um carro importado, querer uma casa própria confortável e bons colégios para os filhos; só não é nada conveniente para a contabilidade da igreja. Imagine que suas ofertas servirão para quitar o IPVA 2011 que poderia custar metade do valor se ele andasse num carro nacional e semi-novo. Fora a economia feita se as crianças estudassem em escola pública e se o plano de saúde não fosse aquele de resgate por helicóptero.
Quanto a isto, a regra é clara: quem não quiser trabalhar, também não coma (2Ts 3.10). Se alguém quer tanto o melhor, sue por ele. Sinta quanto custa. Conquiste, ao invés de se julgar merecedor de ofício. Paulo, nesta epístola, deixa claro que teria direito a uma recompensa monetária, porém, abre mão em prol das ovelhas. Aliás, cada uma delas, nos dias de hoje, tem seus empregos, trabalha na igreja e não cobra nada por isso. Se resolver ser imitador de alguns líderes por aí, logo, logo, contrairá dívidas pela ostentação de roupas de grife, laptop etc. É por isso que um pastor-presidente precisa ganhar de R$10.000,00 a R$20.000,00?
Ok. Cada um, cada um... Só um lembrete: a partir de 1º de Março se inicia o prazo para entrega de declaração do imposto de renda.
Permaneçamos firmes!
Este blog é melhor visualizado com o Mozilla Firefox.
Lembrou de alguém ao ler o artigo? Compartilhe com ele. Clique no botão abaixo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário