E subiram do Egito, e vieram à terra de Canaã, a Jacó seu pai. Então lhe anunciaram, dizendo: José ainda vive, e ele também é regente em toda a terra do Egito. E o seu coração desmaiou, porque não os acreditava. Porém, havendo-lhe eles contado todas as palavras de José, que ele lhes falara, e vendo ele os carros que José enviara para levá-lo, reviveu o espírito de Jacó seu pai. E disse Israel: Basta; ainda vive meu filho José; eu irei e o verei antes que morra. Gn 45.25-28.
Este é, sem dúvida, o ápice da história de José. Após anos e anos longe da família, o reencontro aconteceu provocado por um interferência puramente divina. Uma fome gravíssima estava sobre toda a terra e o Egito era o único lugar onde existia alimento.
Jacó e sua família estavam em Canaã, terra da promessa, mas, mesmo assim não ficaram isentos do sofrimento. Por isso Jacó enviou seus filhos ao Egito a fim de não morrerem de fome. Não parece curioso estar no centro da vontade de Deus e ver-se em meio à dor? Hoje, uma geração de pseudo cristãos está sendo gerada por mensagens trinunfalistas. Mentes formatadas apenas para o sucesso e vitória. Milhões estão afastados da presença de Deus por não saberem lidar com a dor, não terem o poder de reação de Jacó e sentirem-se enganados. Afinal, se "mais que vencedor" "pode todas as coisas", por que, então, deu tudo errado?
Olhar para frente ou olhar para trás, eis a escolha de Jacó. Antes da fome, a suposta perda de um filho. Não foi nada fácil, não foi; tanto que ele se recusou a ser consolado pelas pessoas mais próximas. Assim viveu Jacó. Um vazio, uma frustração de não ver o seu filho preferido tornar-se um varão. Solidão. Até que veio a notícia improvável de que José estava vivo! Inacreditavelmente... aquele menino... o sonho de Jacó estava vivo! Entre pensar em todas as lágrimas derramadas e a alegria que estava por vir, ele decidiu dar um basta no passado e viver o que Deus lhe tinha reservado. Por que ele havia passado por aquilo? Por que Deus permitiu sua dor enquanto pai? Por que tudo aquilo aconteceu justamente com ele? Se tais perguntas passaram pelo coração de Jacó, a Bíblia não registra. Talvez, porque Jacó tinha intimidade suficiente para assimilar os desígnios de um Deus soberano. E você? Sabe o que significa servir um Deus soberano?
O conhecimento a respeito do Senhor era visível na vida de Jacó. Partindo para o Egito, ele parou em Berseba, lugar em que seu pai Isaque, anos atrás, havia levantado um altar. Não por acaso, ali ele adorou o Senhor. Fazer o que tem que ser feito. Abrir mão de chegar mais rápido até a sua benção para adorar o Deus da benção. Gratidão antes da restituição. Ele primeiro se relaciona com Deus e Deus responde e se relaciona com ele em visão. Que lindo mistério. Saciar a fome espiritual antes da fome física. Você tem fome de que? Ser carnal ou ser espiritual: faça logo a sua escolha!
Ouvidos para ouvir. Vida de oração. Vida de leitura da palavra. Uma fome insaciável por mais de Deus. Quisera todo líder impor as mãos e trasmitir um pouco disto para crentes apáticos, mórbidos, que de ovelhas mais parecem sangue-suga. Querem sempre uma resposta para tudo, uma palavra pronta, uma solução rápida, no entanto, não tem coragem de se levantar e fazer o que tem que ser feito. O que está acontencendo, igreja? Com a desculpa de que Deus nos ouve de qualquer maneira, muitos nem dobrar o joelho para orar dobram. É um evagelho de facilidades. E faz isso pra não constranger na hora do apelo e faz aquilo outro. Não fala assim. Não faz assado. Bando de crente-preguiça que só lê a Bíblia na hora da pregação, no culto! Fica sofrendo porque a "fila não tá andando"... por um acaso igreja evangélica é agência bancária pra ter fila? Vai pra Berseba, crente! Vai adorar!
Ir para o Egito representa poder de decisão e de reação ante às adversidades. É no momento da decisão que você traça o seu destino - e isso não é conversa de marketeiro não. Adorar em Berseba representa conhecimento de suas raízes, de quem se é. Ter visões representa intimidade com Deus, relacionamento! Jacó é exemplo de vida cristã a ser seguido em tempos de tanta apostasia. Você pode se contentar em ser um espectador ou se transformar num sem nem mesmo perceber. Saiba, entretanto, a pessoa que poderá tirá-lo desta situação é você mesmo. Não cobre dos outros o que você não faz. Suas filosofias de nada adiantarão quando o dia mau chegar. Junto com a promessa vem o peso da responsabilidade. Junto com a benção vem o dever do compromisso.
Desconhecer a história é abrir mão de um bom futuro. Depender de estímulos externos em pleno Reino de Deus é o mesmo que respirar com a ajuda de aparelhos. Não saber adorar independentemente do momento é ter um coração pequeno demais para o Senhor fazer o Seu trono. Antes de chegar no lugar da provisão é necessário passar pelo lugar da adoração. Adorar e bendizer o Senhor antes da benção alcançada! Quem poderá fazê-lo? A crise de identidade provocada por palavras e acusações, tristezas e decepções não é maior do que a própria identidade! Somos remidos e lavados pelo sangue de Jesus. Somos inocentes e, então, não façamos pouco caso da graça. No Antigo Testamento, tratar com Deus não era tão simples porque o véu não estava rasgado. Era preciso sempre sacríficio, coisa que para alguns, hoje, é considerado até pecado (?). Tem misericórdia, Senhor!
Berseba significa lugar de concerto, de compromisso. Sem isto, não existe adoração. Sem adoração, não existe milagre! E ainda que o milagre não chegue, a adoração nunca será vã para os que entendem o que significa servir um Deus soberano. Voltemos para Berseba. No Egito, a fome física foi saciada, mas, a fome espiritual, somente em Berseba. Lá não há lugar para a nossa vontade, a nossa natureza pecaminosa. Passemos por lá diariamente. Voltemos para a essência da adoração. Deus está a procura dos jacós desta geração, os que O adoram em espírito e em verdade. Será que você pode dizer: eis-me aqui?
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